Meu rumo é... Por ai!!
Aqui começamos uma nova historia, vamos contar um pouco de
varias historias, mostrar a todos que ser um mochileiro depende somente de
você, pois existem vários tipos de mochileiros.. aqui vamos conhecer a historia do Rodrigo Teixeira
Nome: Rodrigo dos Santos Teixeira
Idade: 25 anos e 9 meses
Cidade: Atualmente Porto Seguro - Bahia
Quantos Países conhece: 09
Paulista, vivi em São Paulo até os 23
anos. Lá me tornei piloto de avião e trabalhava em duas empresas, uma de táxi
aéreo e outra de engenharia aeronáutica.
Comecei de baixo na aviação, de um
atendente que lavava aviões até chefe de um setor de engenharia e copiloto.
Trabalhando pude conhecer muitos lugares do Brasil, sempre ficando em bons
hotéis e frequentando lugares badalados. Contudo aos 23 anos, no ápice de uma
fase de questionamentos sobre o sentido da vida, abandonei tudo (família, casa
e trabalho), coloquei uma mochila nas costas e saí a conhecer o mundo e a mim
mesmo.
Hoje, um ano e dez meses depois,
acumulo histórias vividas em 42 cidades em nove países da América do Sul e uma
ilha do Caribe, além de vários lugares do Brasil, totalizando 30 mil
quilômetros e que estão rendendo meu primeiro livro, onde conto algumas dessas
histórias.
Agora estou em Porto Seguro, me
virando com trabalhos esporádicos como servente de pedreiro, ajudante de
açougue e até como trabalhador rural, para renovar meu passaporte e sair
novamente, de carona, dessa vez até o México, passando por todo o litoral
nordestino e os países da América Central.
1. Qual o momento da sua vida, você
se deixou virar um mochileiro?
Não sei bem o que é ser mochileiro,
mas cansado de viajar de avião e dormir em hotéis bons (trabalhava com isso),
resolvi fazer uma viagem de ônibus com pouco dinheiro para mudar de
“perspectiva”. Fui a Machu-Picchu no Perú com pouco dinheiro, passei inúmeras
dificuldades e quando voltei para a vida “normal” senti saudade dos perrengues,
das pessoas que conheci, dos belos lugares que visitei. Da volta até abandonar
tudo para cair na estrada foram seis meses.
2. Entre suas viagens, qual foi o
maior problema que teve que enfrentar e o que fez para superar ele ( se é que
superou):
Sinceramente não sei responder. A
vida na rua te traz dificuldades distintas todos os dias, mas superá-los
torna-se uma coisa habitual. Acredito que a maior dificuldade tenha sido a
primeira, justamente por eu não ter conseguido superar. Quando fui a Lima no
Peru e fiquei sem dinheiro, passei 26 horas sem comer e dormi mal em um banco
de uma praça do centro da cidade. Hoje, já passei por situações piores, mas sei
resolvê-las.
3. Qual a mochila que você usa
habitualmente
São duas. Uma mochila de R$ 80 que
comprei no hipermercado Extra – nem sei o nome dela – e outra que ganhei de
presente, bem barata também, da marca Yins. Ambas são mochilas grandes, cabem
muita coisa, mas são muito simples, sem nenhum conforto ou coisa especial. Mas
suprem minhas necessidades e quando rasgam eu mesmo as costuro.
4. Qual sua próxima viagem?
Em Julho termino de escrever meu
primeiro livro e minha ideia é ir até o México de carona. Mas daqui de Porto
Seguro a primeira etapa será atravessar a Península do Maraú inteira andando.
5. Você é rico para viajar tanto? Se
não for, como consegue dinheiro para as viagens?
Desde que saí de casa faço trabalho
esporádicos como: Ajudante de açougue, Servente de Pedreiro, lavei banheiro
público, ajudante de eletricista, de serralheiro, vendi torta na rua e até como
trabalhador rural. Meus gastos são mínimos, apenas com a comida que compro, que
geralmente é arroz, lentilha, calabresa, macarrão e pão. Me transporto de
carona ou andando e durmo acampado ou em bancos de praça e coisas assim.
6. O que sua família acha de você ser
um Mochileiro?
Não concorda. Até hoje – um ano e dez
meses após ter abandonado tudo - tento dar explicações que são sempre seguidas
de mais e mais questionamentos. Ninguém entende, julga, inventa razões,
principalmente por eu ter a vida que sonhava antes de viajar: Trabalhava com o
que gostava, vivia bem e sempre estive bem acompanhado.
7. Qual o lugar que você sonha em
conhecer?
Muitos lugares. Geralmente me foco
nos objetivos mais próximos, mas quero conhecer tudo o que puder, atravessar o
Saara, conhecer o Egito, Oriente Médio, Sudeste Asiático, ficar uns meses na
Índia, chegar próximo ao Everest, coisas assim.
8. Como se organiza para viajar, faz
pesquisa, fica em hostels, casa de amigos, usa sites?
Planejo muito pouco. Mesmo quando saí
de casa a quase dois anos atrás, com 3 mil reais, planejei as coisas por alto.
Nesse começo ficava em hostels e via na internet o que tinha de bom pra fazer.
Hoje eu não planejo lugar para ficar, deixo acontecer, gosto de “me virar” e
planejamento não é meu forte. Apenas de alguns amigos específicos que quero
visitar. Lugares hoje eu já estudo com antecedência, mas nada em excesso
também. Em semanas devo sair de Porto Seguro com o objetivo de chegar ao
México, de carona, e meu único planejamento é renovar o passaporte e os
documentos necessários. O resto me viro na hora.
9. Quais dicas você daria para um
iniciante?
Siga seu coração, seja
legal e bom para o mundo que o Universo te responde de volta e o resto é
deixar-se levar para seus sonhos.